terça-feira, 28 de julho de 2009

Alfabetização em processo (Emilia Ferreiro) p. 65 - 82

A interpretação da escrita antes da leitura convencional

Muito antes das crianças serem capazes de ler sistematicamente, elas tentam interpretar os diversos tipos de textos que encontram ao seu redor (livros, embalagens, jornais...). Com isso quando ele entra na escola ela traz consigo uma bagagem de informações e interpretações, que não devem ser descartadas pelo professor, e sim trabalhar em sua alfabetização a partir desse conhecimento já retido pela criança. Ou seja, o ato de leitura não pode ser concebido como uma adição de informações, e sim como um processo de coordenação de informações de todo tipo, cujo objetivo final é a obtenção de significado expresso linguisticamente.
As crianças entre 3 e 6 anos, elaboram que o significado de uma seqüência de letras representa o nome dos objetos, ou seja, as crianças acham que as letras impressas em uma caixa de mingau dizem mingau, para elas o significado do texto escrito depende do contexto (da imagem a que ele está inserido).






A hipótese de nome está dividida em níveis; no primeiro as crianças deixam evidente que o significado do texto depende inteiramente do contexto. No segundo nível as crianças negam que uma mudança d significado de texto possa depender inteiramente do contexto, nem que seja durante um pequeno intervalo de tempo. Porém mais tarde se lhe pedirmos para colocarem novamente cada figura com o texto escrito correspondente, não conseguiram encontrar a relação previamente estabelecida. O terceiro nível se caracteriza pela possibilidade de começar a se levar em consideração algumas das propriedades do próprio texto, propriedades estas que conduzem as modulações de interpretações.

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